segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

(Mensagem:) O prazer na lei do Senhor - Salmo 119

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(Mensagem:) O prazer na lei do Senhor - Salmo 119

Esse salmo, o mais longo poema do Saltério, escrito em forma de acróstico, ou seja, cada estrofe começa com as letras do alfabeto hebraico: Aleph, Beth, etc. é um abecedário de orações e reflexões sobre a Palavra de Deus. Sua ênfase concentra-se na vida e na alegria que essa Palavra comunica ao fiel. Na verdade, todas as referências à Escritura, a partir do v. 4 até o final, são, de modo explícito, ao seu autor - Deus. Segundo Kidner, é "uma oração ou afirmação dirigida a Deus. Esta é a verdadeira piedade, um amor a Deus que não é ressequido pelo estudo, mas por ele refrigerado, informado e nutrido".
Neste estudo, ressaltaremos as expressões que se referem às Escrituras e as dádivas qe a Palavra nos dá. Por último, faremos uma ponte com o Projeto Leitura/Estudo das Escrituras.


1. Expressões quase sinonímicas da Escritura

Os termos utilizados nos dão um melhor entendimento do que a Palavra de Deus é. Sabemos que não há, na língua, sinônimos perfeitos. As palavras têm sentido próximo, não totalmente iguais. Assim, há aspectos que podem ser explorados por diferentes perspectivas.

1.1 Lei
Esse termo, frequente no salmo, alude a algo bem mais amplo que os Dez Mandamentos e engloba todo o conjunto da revelação falada de Deus. Refere-se não apenas ao Pentateuco, mas também às Escrituras em sua totalidade.
Um dos seus sentidos é instrução, um caminho por onde se deve andar. Deus manifesta sua vontade indo ao encontro do homem, traçando-lhe o caminho a seguir, dando-lhe a instrução perfeita a ser obedecida, Tg 1.25, não de modo forçado, mas com uma postura de alegria, de amor, de prazer. O homem feliz marcha na estrada da integridade, caminha com firmeza, não se detém diante dos obstáculos porque tem a Lei de Deus como bússola a orientar-lhe os passos.

1.2 Testemunho
Em Dt 31.26, vemos que Deus ordenou a Israel para colocar o Livro da Lei ao lado da Arca da Aliança para que ali esteja por testemunha. As Escrituras têm a confiabilidade da testemunha fiel e verdadeira. A Palavra é franca, sincera, apresenta-nos padrões elevados aos quais devemos nos apegar, pois são legado perpétuo. Portanto, supliquemos o entendimento perfeito que nos vem por meio do seu Santo Espírito para a observância de tão admiráveis testemunhos.

1.3 Preceitos
Essa palavra indica instruções específicas do Senhor. É usada no âmbito de um superintendente, aquele "que é responsável por investigar de perto uma situação e adotar alguma ação".

1.4 Decretos
O termo transmite a ideia de obrigatoriedade, algo permanente. As Escrituras são leis "registradas para os dias vindouros, para sempre, perpetuamente", Is 30.8.

1.5 Mandamentos
Essa palavra destaca a autoridade do que é dito. Acima do poder de convencer, de persuadir está o direito de dar ordens. Os mandamentos divinos vão além das circunstâncias temporais, especiais, sociais.

1.6 Juízos
Os juízos põem em evidência as decisões do Juiz onisciente a respeito de situações humanas comuns e, a partir delas, os "direitos" e "deveres" são revelados. A Escritura é o padrão para o tratamento honesto entre os homens. Seus juízos são inequívocos e infalíveis.

1.7 Palavra
Essa expressão, a mais generalizada de todas, inclui a verdade de Deus expressa em qualquer forma: declarada, prometida ou mandada. Significa, basicamente, aquilo que Deus fala ou faz. A relação do justo com a Palavra de Deus é internalizá-la em sua vida. É a Palavra que leva o homem a um viver limpo.

1.8 Promessa
Esse termo tem sido usado pelos tradutores muitas vezes como "palavra" por ser muito semelhante. Todavia, é bom lembrar que há conotações específicas. As promessas têm a ver com recompensas.
Outras expressões foram usadas com referência à autorrevelação de Deus. Por exemplo: "teus caminhos", "teu nome" e "tua fidelidade" (referência à imutabilidade do que Deus decreta). O salmista piedoso, com expressões quase equivalentes, demonstra, em singelas nuanças, que a revelação divina deve nutrir e refrigerar nossas vidas e produzir em nós o desejo de viver conforme a vontade de Deus.

2. Os benefícios das Escrituras

Como visto, os títulos formais das Escrituras trazem em seu bojo implicações próprias. Exploraremos, à luza dessa grande oração, os efeitos benéficos que a Palavra produz.

2.1 Libertação
No v. 96, o salmista declara que o mandamento não tem limite para aqueles que têm Deus como Senhor. Já no v. 45 ele declarou que a larguesa, ou seja, a liberdade se acha nos preceitos divinos e não em ser desobrigado deles, como muitos supõem.
O servo de Deus goza dessa liberdade por romper com o domínio do pecado à medida que seus passos são guiados e firmados na Palavra, v. 133, porque sua sabedoria e visão são amplificadas nos preceitos do Senhor.

2.2 Luz
O v. 105 reporta diretamente à luz, mostrando que a Palavra é uma luz na qual se anda. O salmista faz menção aos "meus pés" e aos "meus caminhos". No v. 130, ele ressalta o poder educativo da Palavra - esclarece, torna claro, dá entendimento, discernimento, inteligência. Para um olho experiente, o caminho da falsidade não oferece seu apelo, v. 104. A sabedoria e a compreensão ensinadas por Deus estão num plano superior ao do homem que despreza a Palavra, vs. 98-100.

2.3 Vida
Esse tema realça a dádiva da vida que a Palavra oferece. Às vezes, a vida constitui-se uma promessa, vs. 25, 50, 107, que o salmista toma para si. Outras vezes a ligação está no fato de que guardar a Palavra é restaurador, v. 37, é vivificante, v. 93. Por vezes, o autor suplica vida a fim de capacitá-lo a guardar a Palavra, vs. 88, 40. A vitalidade depende diretamente de Deus e ele busca esse poder vitalizante na Palavra, v. 17. Literalmente, "vivifica-me" quer dizer "causa-me viver".

2.4 Estabilidade
A esperança e a consolação do salmista baseiam-se na Palavra, na "promessa fidedigna", vs. 49-50, 89-92, 114-118. Conhecer a vontade de Deus é algo real e relevante. Firmado na Palavra, o salmista testemunha com serenidade: grande paz têm os que amam a tua lei; para eles não há tropeço, v. 165.

3. Parte prática: como contemplar as maravilhas da lei de Deus

Para entender a Palavra de Deus e nela nos deleitarmos não basta orar, é indispensável focar nossos pensamentos na Palavra.
Piper oferece-nos cinco passos: Ore e...
1. Leia - ler a Palavra é privilégio, é obrigação, potencial para ver a glória de Deus, Ef 3.3-4. Deus quis que os maiores mistérios da vida fossem revelados por meio da leitura.
2. Estude - 2Tm 2.15. Temos de estudar e manejar corretamente a Palavra de Deus; e temos de orar, pois, do contrário, não veremos na Palavra aquilo que é essencial, a glória de Deus na face de Cristo.
3. Esquadrinhe - Pv 2.3-5. Esquadrinhar a Bíblia para achar tudo o que é valioso é buscar como se buscasse a prata; é procurá-la como tesouro escondido, Jr 29.13.
4. Medite - 2Tm 2.7. Deus dá compreensão, mas não sem reflexão. Não substitua o meditar pelo orar. Medite e ore.

Amada irmã: integre-se JÁ ao Projeto Leitura / Estudo das Escrituras.

SAF em Revista
1º Trimestre 2010

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